MULIERIS DIGNITATEM

 

PAPA JOÃO PAULO II

RESUMO DA CARTA APOSTÓLICA MULIERIS DIGNITATEM

SOBRE A DIGNIDADE E A VOCAÇÃO DA MULHER POR OCASIÃO DO ANO MARIANO


MULHER – MÃE DE DEUS (THEOTÓKOS)


O Filho, Verbo consubstancial ao Pai, nasce como homem de uma mulher, quando chega a “plenitude dos tempos”. Este acontecimento conduz ao ponto chave da história do homem sobre a terra, entendida como história da salvação.

Assim a “plenitude dos tempos” manifesta a extraordinária dignidade da “mulher”. Esta dignidade consiste, por um lado, na elevação sobrenatural à união com Deus, em Jesus Cristo, que determina a profundíssima finalidade da existência de todo homem, tanto na terra, como no céu. Deste ponto de vista, a “mulher” é a representante e o modelo de todo o gênero humano: representa a humanidade que pertence a todos os seres humanos, quer homens quer mulheres. Por outro lado, porém, o evento de Nazaré põe em relevo uma forma de união com o Deus vivo que pode pertencer somente à “mulher”, Maria: a união entre mãe e filho. A Virgem de Nazaré torna-se, de fato, a Mãe de Deus.

A dignidade de todo homem e a vocação que a ela corresponde encontram a sua medida definitiva na união com Deus. Maria — a mulher da Bíblia — é a expressão mais acabada desta dignidade e desta vocação. De fato, o ser humano, homem ou mulher, criado à imagem e semelhança de Deus, não pode realizar-se fora da dimensão desta imagem e semelhança.


IMAGEM E SEMELHANÇA DE DEUS


Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou” (Gên 1, 27). Esta passagem concisa contém as verdades antropológicas fundamentais: o homem é o ápice de toda a ordem criada no mundo visível; o gênero humano, que se inicia com a chamada à existência do homem e da mulher, coroa toda a obra da criação; os dois são seres humanos, em grau igual o homem e a mulher, ambos criados à imagem de Deus.

O homem é uma pessoa, em igual medida o homem e a mulher: os dois, na verdade, foram criados à imagem e semelhança do Deus pessoal. O que torna o homem semelhante a Deus é o fato de ser também racional. Graças a esta propriedade o homem e a mulher podem “dominar” as outras criaturas do mundo visível.

Na “unidade dos dois”, o homem e a mulher são chamados, desde o início, não só a existir “um ao lado do outro” ou “juntos”, mas também a existir reciprocamente “um para outro”.

O homem — tanto homem como mulher — é o único ser entre as criaturas do mundo visível que Deus Criador “quis por si mesmo”: é, portanto, uma pessoa. O ser pessoa significa tender à própria realização, que não se pode alcançar “senão por um dom sincero de si mesmo”. Modelo de tal interpretação da pessoa é Deus mesmo como Trindade, como comunhão de Pessoas. Dizer que o homem é criado à imagem e semelhança deste Deus quer dizer também que o homem é chamado a existir “para” os outros, a tornar-se um dom.

A apresentação do homem como “imagem e semelhança de Deus”, logo no início da Sagrada Escritura, reveste-se também de outro significado. Este fato constitui a chave para compreender a Revelação bíblica como um discurso de Deus sobre si mesmo. Falando de si, seja “pelos profetas, seja por meio do Filho” (cf. Hbr 1, 1-2) feito homem, Deus fala com linguagem humana, faz uso de conceitos e imagens humanas. Se este modo de se exprimir é caracterizado por um certo antropomorfismo, a razão está no fato de que o homem é “semelhante” a Deus: criado à sua imagem e semelhança. E então também Deus é, de algum modo, “semelhante ao homem” e, precisamente com base nesta semelhança, ele pode ser conhecido pelos homens. Ao mesmo tempo a linguagem da Bíblia é suficientemente precisa para indicar os limites da “semelhança”, os limites da “analogia”. Com efeito, a revelação bíblica afirma que, se é verdadeira a “semelhança” do homem com Deus, é essencialmente mais verdadeira ainda a “não-semelhança”, que separa do Criador toda a criação. Em última análise, para o homem criado à semelhança de Deus, Deus não cessa de ser “aquele que habita numa luz inacessível” (1 Tim 6,16): é o “Diverso” por essência, o “totalmente Outro”.

Esta observação sobre os limites da analogia — limites da semelhança do homem com Deus na linguagem bíblica — deve ser levada em consideração também quando, em diversas passagens da Sagrada Escritura (especialmente no Antigo Testamento), encontramos comparações que atribuem a Deus qualidades “masculinas” ou “femininas”. Encontramos nessas comparações a confirmação indireta da verdade de que ambos, tanto o homem como a mulher, foram criados à imagem e semelhança de Deus. Se existe semelhança entre o Criador e as criaturas, é compreensível que a Bíblia tenha usado, a esse respeito, expressões que lhe atribuem qualidades quer “masculinas” quer “femininas”.

Lembramos aqui algumas passagens características do profeta Isaías: “Dissera Sião: ‘Javé abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim’. Pode, acaso, uma mãe esquecer o próprio filhinho, não se enternecer pelo fruto das suas entranhas? Pois bem; ainda que tais mulheres dele se esqueçam, eu, porém, não me esquecerei de ti”. E noutra passagem: “Como alguém que é consolado pela própria mãe, assim eu vos consolarei; e em Jerusalém recebereis conforto” (Is 66, 13). Também nos Salmos Deus é comparado a uma mãe pressurosa: “Como a criança desmamada no regaço da mãe, como uma criança desmamada está minh’alma. Espera, Israel, no Senhor” (Sl 131, 2-3). Em diversos trechos o amor de Deus, solícito para com o seu povo, é apresentado como semelhante ao amor de uma mãe: tal como uma mãe, Deus “carregou” a humanidade e, particularmente, o seu povo escolhido no próprio seio, deu-o à luz na dor, nutriu-o e consolou-o (cf. Is 42, 14; 46, 3-4). O amor de Deus é apresentado em muitos trechos como amor “masculino” de esposo e pai, mas, às vezes, também como amor “feminino” de mãe.

Por isso, tudo quanto no gerar humano é próprio do homem, como também tudo quanto é próprio da mulher, isto é, a “paternidade” e a “maternidade” humanas, trazem em si a semelhança, ou seja, a analogia com o “gerar” divino e com a “paternidade” que em Deus é “totalmente diversa”: completamente espiritual e divina por essência.


EVA — MARIA


Pode-se dizer contra o senso comum que o pecado, apresentado em Gênesis (c. 3), é a confirmação da verdade sobre a imagem e semelhança de Deus no homem, se esta verdade significa a liberdade, isto é, o livre arbítrio, com o uso da qual o homem pode escolher o bem, mas pode também abusar escolhendo, contra a vontade de Deus, o mal. No seu significado essencial, todavia, o pecado é a negação daquilo que Deus é — como Criador — em relação ao homem, e daquilo que Deus quer, desde o início e para sempre, para o homem. Criando o homem e a mulher à sua imagem e semelhança, Deus quer para eles a plenitude do bem, ou seja, a felicidade sobrenatural, que deriva da participação na sua própria vida.

Quando lemos, pois, na descrição bíblica, as palavras dirigidas à mulher: “sentir-te-ás atraída para o teu marido, e ele te dominará” (Gên 3, 16), descobrimos uma ruptura e uma constante ameaça precisamente a respeito desta “unidade dos dois”, que corresponde à dignidade da imagem e da semelhança de Deus em ambos. Tal ameaça resulta, porém, mais grave para a mulher. Com efeito, ao ser um dom sincero, e por isso ao viver “para” o outro, sucede o domínio: “ele te dominará”. Este “domínio” indica a perturbação e a perda da estabilidade da igualdade fundamental, que na “unidade dos dois” possuem o homem e a mulher.

Esta afirmação de Gênesis 3, 16 tem um grande e significativo alcance. Ela implica uma referência à relação recíproca entre o homem e a mulher no matrimônio. Trata-se do desejo nascido no clima do amor esponsal, que faz com que “o dom sincero de si mesmo” da parte da mulher encontre resposta e complemento num “dom” análogo da parte do marido. A união matrimonial exige o respeito e o aperfeiçoamento da verdadeira subjetividade pessoal dos dois. A mulher não pode tornar-se “objeto” de “domínio” e de “posse” do homem.

A verdade revelada sobre a criação do homem como homem e mulher constitui o principal argumento contra todas as situações que, sendo objetivamente prejudiciais, isto é, injustas, contêm e exprimem a herança do pecado que todos os seres humanos trazem em si. Os Livros da Sagrada Escritura confirmam em vários pontos a existência efetiva de tais situações e juntamente proclamam a necessidade de converter-se, isto é, de purificar-se do mal e de libertar-se do pecado: de tudo aquilo que ofende o outro, que “diminui” o homem, não só aquele a quem se ofende, mas também aquele que comete a ofensa.

A justa oposição da mulher face àquilo que exprimem as palavras bíblicas: “ele te dominará” (Gên 3, 16) não pode sob pretexto algum conduzir à “masculinização” das mulheres. A mulher — em nome da libertação do “domínio” do homem — não pode tender à apropriação das características masculinas, contra a sua própria “originalidade” feminina. Existe o temor fundado de que por este caminho a mulher não se “realizará”, mas poderia, ao invés, deformar e perder aquilo que constitui a sua riqueza essencial. Trata-se de uma riqueza imensa.

Eva, como “mãe de todos os viventes” (Gên 3, 20), é testemunha do “princípio” bíblico, no qual estão contidas a verdade sobre a criação do homem à imagem e semelhança de Deus e a verdade sobre o pecado original. Maria é testemunha do novo “princípio” e da “nova criatura” (cf. 2 Cor 5, 17). No início da Nova Aliança, que deve ser eterna e irrevogável, está a mulher: a Virgem de Nazaré. Trata-se de um sinal indicativo de que “em Jesus Cristo” “não há homem nem mulher” (Gál 3, 28). Nele a contraposição recíproca entre homem e mulher — como herança do pecado original — é essencialmente superada. “Todos vós sois um só em Cristo Jesus”, escreverá o Apóstolo (Gál 3, 28).

Em Maria, Eva redescobre qual é a verdadeira dignidade da mulher, da humanidade feminina. Esta descoberta deve chegar continuamente ao coração de cada mulher e plasmar a sua vocação e a sua vida.


JESUS CRISTO


Admite-se universalmente — e até por parte de quem se posiciona criticamente diante da mensagem cristã — que Cristo se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade da mulher e da vocação correspondente a tal dignidade.

Aquele que falava e agia assim fazia compreender que os “mistérios do Reino” lhe eram conhecidos até o fundo. Ele também “sabia o que há em cada homem” (Jo 2, 25), no seu íntimo, no seu “coração”. Era testemunha do desígnio eterno de Deus a respeito do homem por ele criado à sua imagem e semelhança, como homem e mulher. Era também profundamente consciente das consequências do pecado, do “mistério de iniquidade” que opera nos corações humanos come fruto amargo do ofuscamento da imagem divina. Como é significativo o fato de que, no colóquio fundamental sobre o matrimônio e sobre a sua indissolubilidade, Jesus, diante de seus interlocutores, “os escribas”, que eram por ofício os conhecedores da Lei, faça referência ao “princípio”. Jesus apela para o “princípio”, para a criação do homem como homem e mulher e para o ordenamento de Deus que se fundamenta no fato de que os dois foram criados “à sua imagem e semelhança”. Por isso, quando o homem “deixa seu pai e sua mãe” se unindo à sua esposa, de modo a formarem os dois “uma só carne”, permanece em vigor a lei que provém de Deus mesmo: “Não separe, pois, o homem o que Deus uniu” (Mt 19, 6).

O princípio desse “ethos”, que desde o início foi inscrito na realidade da criação, é agora confirmado por Cristo contra a tradição, que comportava a discriminação da mulher. Nesta tradição, o homem “dominava”, não considerando adequadamente a mulher e a dignidade que o “ethos” da criação colocou como base das relações recíprocas das duas pessoas unidas em matrimônio.

Em todo o ensinamento de Jesus, como também no seu comportamento, não se encontra nada que denote a discriminação, própria do seu tempo, da mulher. Ao contrário, as suas palavras e as suas obras exprimem sempre o respeito e a honra devidos à mulher. A mulher recurvada é chamada “filha de Abraão” (Lc 13,16), enquanto em toda a Bíblia o título “filho de Abraão” é atribuído só aos homens. Percorrendo a via dolorosa rumo ao Gólgota, Jesus dirá às mulheres: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim” (Lc 23, 28). Este modo de falar às mulheres e sobre elas, assim como o modo de tratá-las, constitui uma clara “novidade” em relação aos costumes dominantes do tempo.

O comportamento de Jesus a respeito das mulheres, que encontra ao longo do caminho do seu serviço messiânico, é o reflexo do desígnio eterno de Deus, o qual, criando cada uma delas, a escolhe e ama em Cristo. Por isso, cada mulher é aquela “única criatura na terra que Deus quis por si mesma”. Cada mulher herda do “princípio” a dignidade de pessoa precisamente como mulher. Jesus de Nazaré confirma esta dignidade, recorda-a, renova-a e faz dela um conteúdo do Evangelho e da redenção, para a qual é enviado ao mundo.

Jesus entra na situação concreta e histórica da mulher, situação sobre a qual pesa a herança do pecado. Esta herança exprime-se, entre outras coisas, no costume que discrimina a mulher em favor do homem, e está enraizada também dentro dela.

O modo de agir de Cristo, o Evangelho de suas obras e palavras é um protesto coerente contra tudo quanto ofende a dignidade da mulher. Por isso, as mulheres que se encontram perto de Cristo reconhecem-se a si mesmas na verdade que ele “ensina” e que ele “faz”, também quando esta verdade versa sobre a “pecaminosidade” delas. Sentem-se “libertadas” por esta verdade, restituídas a si mesmas: sentem-se amadas de “amor eterno”, por um amor que encontra direta expressão no próprio Cristo. No raio da ação de Cristo, a posição social delas se transforma. Sentem que Jesus lhes fala de questões sobre as quais, naquele tempo, não se discutia com uma mulher.

Tudo o que se disse até aqui sobre o comportamento de Cristo em relação às mulheres confirma e esclarece, no Espírito Santo, a verdade sobre a igualdade dos dois — homem e mulher. Deve-se falar de uma “paridade” essencial: dado que os dois — a mulher e o homem — são criados à imagem e semelhança de Deus, ambos são em igual medida susceptíveis de receber a dádiva da verdade divina e do amor no Espírito Santo. Um e outro acolhem as suas “visitas” salvíficas e santificantes.


MATERNIDADE — VIRGINDADE


Devemos agora dirigir a nossa meditação para a virgindade e a maternidade, duas dimensões particulares na realização da personalidade feminina. A luz do Evangelho, elas adquirem a plenitude do seu sentido e valor em Maria, que como Virgem se tornou Mãe do filho de Deus. Estas duas dimensões da vocação feminina encontraram-se nela e conjugaram-se de modo tão excepcional que, sem se excluírem, se completaram admiravelmente.

Apoiado no Evangelho desenvolveu-se e aprofundou-se o sentido da virgindade como vocação também para a mulher, vocação em que se confirma a sua dignidade à semelhança da Virgem de Nazaré. O Evangelho propõe o ideal da consagração da pessoa, que significa a sua dedicação exclusiva a Deus em virtude dos conselhos evangélicos, em particular os da castidade, pobreza e obediência. A encarnação perfeita dos mesmos é o próprio Jesus Cristo. Quem deseja segui-lo de modo radical escolhe pautar a sua vida segundo tais conselhos. Estes distinguem-se dos mandamentos e indicam ao cristão o caminho da radicalidade evangélica. Desde o início do cristianismo, tanto homens como mulheres avançam por este caminho, pois o ideal evangélico é dirigido ao ser humano, sem fazer diferença alguma de ordem sexual.

Neste contexto mais amplo é preciso considerar a virgindade como um caminho também para a mulher, um caminho pelo qual, diversamente do matrimônio, ela realiza a sua personalidade de mulher. Não se pode compreender corretamente a virgindade, a consagração da mulher na virgindade, sem recorrer ao amor esponsal: é, de fato, num amor como esse que a pessoa se torna um dom para o outro. De resto, de modo análogo deve ser entendida a consagração do homem no celibato sacerdotal ou no estado religioso.

A virgindade no sentido evangélico comporta a renúncia ao matrimônio e, por conseguinte, também à maternidade física. Todavia, a renúncia a este tipo de maternidade, que pode também comportar um grande sacrifício para o coração da mulher, abre para a experiência de uma maternidade de sentido diverso: a maternidade “segundo o espírito” (cf. Rm 8, 4). A maternidade espiritual reveste-se de múltiplas formas. Na vida das mulheres consagradas que vivem, por exemplo, segundo o carisma e as regras dos diversos Institutos de caráter apostólico, ela poderá exprimir-se como solicitude pelos homens, especialmente pelos mais necessitados: os doentes, os deficientes físicos, os abandonados, os órfãos, os idosos, as crianças, a juventude, os encarcerados, e, em geral, os marginalizados. Uma mulher consagrada reencontra desse modo o Esposo, diverso e único em todos e em cada um, de acordo com as suas próprias palavras: “tudo o que fizestes a um destes… a mim o fizestes” (Mt 25, 40).


MAIOR É A CARIDADE


A dignidade da mulher é medida pela ordem do amor, que é essencialmente ordem de justiça e de caridade.

Só a pessoa pode amar e só a pessoa pode ser amada. Esta é uma afirmação, em primeiro lugar, de natureza ontológica, da qual emerge depois uma afirmação de natureza ética. O amor é uma exigência ontológica e ética da pessoa. A pessoa deve ser amada, pois só o amor corresponde àquilo que é a pessoa. Assim se explica o mandamento do amor, conhecido já no Antigo Testamento (cf. Dt 6, 5; Lev 19, 18) e colocado por Cristo no próprio centro do “ethos” evangélico. Assim se explica também o primado do amor expresso nas palavras de São Paulo na Carta aos Coríntios: “maior é a caridade” (cf. 1 Cor 13, 13).

Se não se recorre a essa ordem e a esse primado, não se pode dar uma resposta completa e adequada à interrogação sobre a dignidade da mulher e sobre a sua vocação.

A dignidade da mulher está intimamente ligada com o amor que ela recebe pelo próprio fato da sua feminilidade e também com o amor que ela, por sua vez, doa. Confirma-se assim a verdade sobre a pessoa e sobre o amor. A mulher não pode se encontrar a si mesma senão doando amor aos outros.